por Fernando 64 Dom Fev 12, 2012 9:18 amGreves de policiais, vandalismo, motim?
Sobre as recentes greves da PM na Bahia, recém terminada e outras que se ameaçam, como no Rio.
O senso comum conservador, assustado, logo clama, com seus chavões. Isso é motim, é vandalismo. Alguns ainda são,ainda, mais superficiais e dizem: “mas policiais,assim como professores, não sabiam que iriam ganhar pouco?”.
Evidente que greves de pessoas armadas nos intimidam, ademais, parece que houve combinação para atos de vandalismo, na Bahia, por parte de policias. Se bem para quem participou de greves nos anos 80 e viu o que pensavam algumas pessoas de altas camadas médias, quando revoltadas, na perspectiva de se proletarizarem, por arrochos salariais, a coisa não soa tão estranha.
Todavia, existe um desafio para o governo Dilma, que considero de índole progressista. Enfrentar algo que vem sendo empurrado com a barriga faz décadas.
Ademais as desculpas simplórias já mostradas, não se adequam à perfis de governos de índole progressista, deixemos esse discurso para os “direitosos” de plantão admiradores dos facistóides, “demo-tucanos” que agem de forma truculenta (além de ilegal), como no Pinheirinho.
Reproduzo a seguir parte de lúcido texto, de pesquisador, sério, que vem estudando a questão das greves de policiais nas últimas décadas.
Professor e Sociólogo José Vicente Tavares dos Santos
SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff disse que ficou "estarrecida". O governador Jaques Wagner, que não negociaria nem anistiaria "bandido". Os grevistas, misturando ameaça com galhofa, que "ôôô, o Carnaval acabou". Os analistas, que greve de policial é "motim". E as manchetes, que 148 pessoas foram assassinadas na Bahia durante a paralisação (o dobro do mesmo período em 2011) e que o movimento se espraiara para o Rio de Janeiro.
No meio de tantas aspas, as do sociólogo José Vicente Tavares dos Santos são menos inflamadas mas não menos contundentes. Doutor pela Université de Paris X e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele estuda greves no sistema de segurança pública do País desde 1997.
Diz que o Brasil perdeu a chance de discutir suas polícias na Constituinte de 1988 e agora paga o preço de uma crise organizacional que chega ao cúmulo de as academias ensinarem cadetes a dobrarem o lençol em vez de mediar conflitos.
Segundo Santos, faz 15 anos que as greves de agentes de segurança pública se repetem - e vão continuar se repetindo. "Pela abrangência e pela constância das paralisações, estamos diante de um fenômeno social. E o que podemos tirar de bom dessa crise é a oportunidade de retomar um debate tão crucial da vida brasileira. Afinal, queremos ter um serviço policial ou uma força policial?"
A seguir, suas ideias.
O texto inteiro, no caderno Alías do Estadão( sim esse órgão conservador tem um caderno bem interessante, é verdade).
" link no final "
Em resumo, essa questão das greves de policiais é, sobretudo, um Problema Social, e se quisermos usar o jargão marxista, anátema para muitos, é uma Manifestação de Luta de Classes.
Antes que os remeta para que tirem as suas próprias conclusões, eu ouso dizer que se não resolver-se esse problema de forma lúcida e civilizada, o crime organizado, “adotará”a causa dos policiais( na verdade isso já ocorre em boa parte), daí cairemos na barbárie total.
Algo do tipo já ocorre no México e em Honduras.
Sobre as recentes greves da PM na Bahia, recém terminada e outras que se ameaçam, como no Rio.
O senso comum conservador, assustado, logo clama, com seus chavões. Isso é motim, é vandalismo. Alguns ainda são,ainda, mais superficiais e dizem: “mas policiais,assim como professores, não sabiam que iriam ganhar pouco?”.
Evidente que greves de pessoas armadas nos intimidam, ademais, parece que houve combinação para atos de vandalismo, na Bahia, por parte de policias. Se bem para quem participou de greves nos anos 80 e viu o que pensavam algumas pessoas de altas camadas médias, quando revoltadas, na perspectiva de se proletarizarem, por arrochos salariais, a coisa não soa tão estranha.
Todavia, existe um desafio para o governo Dilma, que considero de índole progressista. Enfrentar algo que vem sendo empurrado com a barriga faz décadas.
Ademais as desculpas simplórias já mostradas, não se adequam à perfis de governos de índole progressista, deixemos esse discurso para os “direitosos” de plantão admiradores dos facistóides, “demo-tucanos” que agem de forma truculenta (além de ilegal), como no Pinheirinho.
Reproduzo a seguir parte de lúcido texto, de pesquisador, sério, que vem estudando a questão das greves de policiais nas últimas décadas.
Professor e Sociólogo José Vicente Tavares dos Santos
SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff disse que ficou "estarrecida". O governador Jaques Wagner, que não negociaria nem anistiaria "bandido". Os grevistas, misturando ameaça com galhofa, que "ôôô, o Carnaval acabou". Os analistas, que greve de policial é "motim". E as manchetes, que 148 pessoas foram assassinadas na Bahia durante a paralisação (o dobro do mesmo período em 2011) e que o movimento se espraiara para o Rio de Janeiro.
No meio de tantas aspas, as do sociólogo José Vicente Tavares dos Santos são menos inflamadas mas não menos contundentes. Doutor pela Université de Paris X e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele estuda greves no sistema de segurança pública do País desde 1997.
Diz que o Brasil perdeu a chance de discutir suas polícias na Constituinte de 1988 e agora paga o preço de uma crise organizacional que chega ao cúmulo de as academias ensinarem cadetes a dobrarem o lençol em vez de mediar conflitos.
Segundo Santos, faz 15 anos que as greves de agentes de segurança pública se repetem - e vão continuar se repetindo. "Pela abrangência e pela constância das paralisações, estamos diante de um fenômeno social. E o que podemos tirar de bom dessa crise é a oportunidade de retomar um debate tão crucial da vida brasileira. Afinal, queremos ter um serviço policial ou uma força policial?"
A seguir, suas ideias.
O texto inteiro, no caderno Alías do Estadão( sim esse órgão conservador tem um caderno bem interessante, é verdade).
" link no final "
Em resumo, essa questão das greves de policiais é, sobretudo, um Problema Social, e se quisermos usar o jargão marxista, anátema para muitos, é uma Manifestação de Luta de Classes.
Antes que os remeta para que tirem as suas próprias conclusões, eu ouso dizer que se não resolver-se esse problema de forma lúcida e civilizada, o crime organizado, “adotará”a causa dos policiais( na verdade isso já ocorre em boa parte), daí cairemos na barbárie total.
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